A análise do solo de Marte pela Sonda Curiosity
- clubeastroifrs
- 28 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Continuando a série de postagens sobre a sonda Curiosity, desta vez serão apresentados os intrumentos pelos quais o solo de Marte é analisado. Lembrando do objetivo principal do lançamento da Sonda - determinar se houve e ainda há condições para existência de vida no planeta -, a análise das condições e constituintes do ambiente marciano é fundamental.

Segundo as amostras que o robô coletou de Marte, o solo marciano é composto principalmente de minerais comuns vulcânicos, além de água e compostos de enxofre contendo cloro. Oxigênio e perclorato de cloro - um composto bastante reativo já encontrado no planeta por outras sondas - também foram identificados.
A seguir será falado um pouco de alguns instrumentos pelos quais a Curiosity faz as análises.

ChemCam
Esse instrumento é a combinação de um laser e um telescópio e é utilizado para analisar aspectos químicos do solo e rochas do planeta. O laser, que tem um alcance de até 7 metros, esquenta um ponto do tamanho da cabeça de um alfinete sendo capaz de transformar a porção de matéria em plasma (gás ionizado). A partir de uma análise da composição desse gás, a sonda consegue informações detalhadas de minerais e microestruturas de rochas.
A câmera torna possível a captura de imagens detalhadas, de alta resolução. Assim, se o robô não pode alcançar algum local, a câmera providencia uma visão de longo alcance.
Além do mais, o laser também ajuda a desfragmentar rochas para limpar o caminho de modo que a sonda possa passar sem muitos problemas.
Espectrômetro de Raio-X e Partícula Alfa (APXS)

Criado pela Agência Espacial Canadense, esse instrumento tem um poder maior que a ChemCam e pode registrar em uma análise que dura 10 minutos elementos que vão de sódio a estrôncio de forma muito mais detalhada. Ele bombardeia o alvo com radiação, e um detector de raios-X registra o resultado. O APXS ainda pode fazer leituras mais completas, mas que podem levar até três horas.
Dispositivo de Química e Mineralogia (CheMin)
Foi criado para identificar e medir a abundância dos diversos mineiras do solo marciano. Alguns exemplos desses minerais são olivina, piroxênios, hematita, goethita e magnetita.

Os minerais são indicativos de condições ambientais que existiam quando se formaram. Por exemplo, olivina e piroxênio, dois minerais primários do basalto, se formam quando lava solidifica.
O CheMin analisa rocha pulverizada e solo captados pelo braço robótico da sonda. Utiliza um método chamado ‘difração de raio-X’, que permite análise muito detalhada do solo marciano, mais que os demais instrumentos do robô.
Análise de amostras em Marte (SAM)

De todos os equipamentos que a Sonda possui, este é o maior. Possui um tamanho semelhante ao de um forno micro-ondas e uma fiação de até 600 m. Tem capacidade para aquecer amostras a 1,8 mil ºC gastando apenas 40 W. Outra ferramenta dentro do SAM é um espectrômetro que identifica determinados comprimentos de onda do espectro, provenientes das amostras, que indicam a presença de metano, dióxido de carbono e vapor de água, além de isótopos de carbono importantes como carbono-12, carbono-13, oxigênio-18 e oxigênio-16. Essas análises podem levar a entender, por exemplo, as mudanças na atmosfera do planeta.
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